quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Trapaça: bem legítimo!


Trapaça é um desses filmes de Golpe que não tem como não gostar. Tem ritmo, tem bons atores, é uma superprodução. Alguns argumentam que o final é batido, pouco original. Mas sei lá. As vezes o filme não vale a pena só pelo enredo, mas por pontos específicos. 

E em Trapaça, os atores estão fantásticos, especialmente as duas mulheres principais da trama. A  protagonista Amy Adams, é mais conhecida pelo papel bobinho de Giselle, em "Encantada"- aquela princesa que vem para o mundo real. Mesmo nesse papel supostamente bobo, ela ainda conseguiu ser indicada a um Globo de Ouro. 

Bem, em Trapaça, sem os exageros da maquiagem que acometem Hollywood, podemos observar a beleza de uma mulher de 39 anos, de uma forma muito mais real do que o cinema costuma nos permitir. Ela tem olheira, pelos nos braços, barriguinha saliente em alguns ângulos, apesar da magreza. E manda bem como atriz. E é linda. E ruiva.  

Bem, a mesma coisa a dizer da nova queridinha da América Jennifer Lawrence. Depois de ganhar um Oscar pela abominável comédia Lado Bom da Vida, finalmente outro filme digno de seu talento. 

O primeiro filme que eu vi com Lawrence foi uma produção independente, canadense, Winter's Bone. Ela era simplesmente a alma do filme. Não lembro direito sobre o que era. Uma garota sem muita perspectiva, numa cidade pobre, que trabalhava como um homem, provavelmente para cuidar de algum membro da família. Mas Lawrence, adolescente ainda, fez o filme ficar conhecido. 

E aí, depois de uma superprodução de super-herói, ela ganha o Oscar com uma comédia. É como dar o Oscar para o cara do Superman (embora não duvide que isso já deva ter acontecido). Não sei. Acho estranho O Oscar prezar tanto pelas superproduções bobas que não acrescentam absolutamente nada, mas acho que isso é normal mesmo. 

Mas enfim, como Rosaline, Jennifer está incrível. Rosaline é uma dona de casa muito pouco razoável com seu marido, uma verdadeira caricatura. Mas o melhor é que ela sabe disso, e explora a tristeza do fato de forma irônica e engraçada. 

O filme conquista não pela história. Mas pela ambientação, figurino e especialmente interpretação. Nenhuma trapaça a vista. Nem cilada.